segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Já ouviu falar de Procusto?

Pessoal, achei interessante o artigo abaixo e resolvi postar no blog.

Na velha e boa mitologia grega, havia um personagem muito cruel que se chamava Procusto. Já ouviu falar desse nome horrível? Procusto era um malfeitor que morava numa floresta. Ele tinha mandado fazer um cama que tinha exatamente as medidas do seu próprio corpo, nem um milímetro a mais, nem um milímetro a menos. Quando capturava uma pessoa na estrada, Procusto amarrava-a naquela cama.Se a pessoa fosse maior do que a cama, ele simplesmente cortava fora o que sobrava. Se fosse menor, ele a espichava e esticava até ela caber naquela medida.Muito simpático, não acham?
Procusto foi morto pelo herói Teseu, que posteriormente matou o Minotauro.
Não é difícil decifrar a simbologia desse mito. Se observarmos bem, iremos perceber que Procusto representa a intolerância diante do outro, do diferente, do desconhecido. Representa a visão de mundo totalitária daquele sujeito que quer moldar todos os demais seres humanos à sua própria imagem e semelhança. É a recusa da multiplicidade, da diversidade, da criatividade, da originalidade: " Quem não se conforma ao o meu tamanho não se pode andar solto por aí, a menos que vá jogando fora tudo o que eu não tenho até caber na minha medida, ou a menos que se espiche e se estique até ter o mesmo que eu e ser igual a mim".
Se viajarmos um pouquinho pela a história, podemos notar que o espiríto de Procusto esteve presente em vária estapas da história da humanidade. Esteve presente durante a Inquisição, que condenou à fogueira tudo o que não se encaixava nos dogmas da igreja. Esteve presente na caça às bruxas, que levou à morte milhares de mulheres, cujo único crime era saber um pouco mais que os homens a quem deviam submissão. Esteve presente na conquista da América, que representou o extermínio de civilizações inteiras de norte a sul do continente. Esteve presente no longo e doloroso processo de escravização de milhões de negros africanos. Esteve presente nos campos de concentração onde os nazistas eliminaram milhões de judeus, ciganos, homossexuais e todo e qualquer opositor ao regime. Esteve presente nos regimes totalitários de esquerda e direita que imperavam depois da 2º Guerra mundial em vários países do mundo..[]
Por diversas vezes ainda passamos a lembrar de nossos antepassados, heróis que lutaram por um mundo melhor e igualitário.Passaram por trajetórias dificeis e que deixaram suas marcas na história para que pudessemos ser livres e defensores da queda do preconceito, de aceitarmos e respeitarmos o outro independente de sua posição na sociedade.

Autor: Marcos Bagno, PESQUISA NA ESCOLA. O que é e como se faz.
p. 53 - Edições Loyola, São Paulo, Brasil,
15ª edição; Junho de 2003.

3 comentários:

  1. Adorei este comentário, pois é muito importante estarmos integrados com as mudanças....
    bjs

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Muito interessante o artigo.
    As artes, a mitologia e a história são ciências da alma, pois nos ajudam a reconhecer nossas mazelas, atos e mudanças ao longo do tempo. O presente mito, se faz presente até hoje em nossa sociedade e precisamos amenizar no ambiente escolar, se não, estinguir qualquer ato de intolerância quanto ao que somos, ao que acreditamos ser e ao que estamos dispostos a realizar no nosso ofício, pois a tolerância é sinal de sabedoria respeito a si e ao próximo.Precisamos nos adequar conscientes do que somos e do que queremos ser em qualquer situação. Imposição é sinal de fraqueza de espírio e nos faz retroceder contra aquilo que tanto primamos: o diálogo.

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